Melhores Práticas Para O Confinamento De Gado

Publicado em 29 de Novembro de 2022

Há anos o Brasil se mantém no topo do ranking entre os países mais exportadores de carne bovina do mundo, e tem uma produção que aumenta ainda mais, sendo reconhecida tanto pela quantidade quanto pela qualidade.

Embora a maior parte do gado do país (cerca de 95%) seja criado em sistema de pastagem, o confinamento é uma prática que deve ser colocada no radar dos pecuaristas por conta de seus benefícios.

Se você quer saber mais sobre como funciona o sistema de confinamento de gado, quais são suas principais vantagens, desvantagens e, ainda, como fazer, siga a leitura deste artigo.

Como funciona o sistema de confinamento de gado

Dizer que a maior parte da criação de gado de corte no Brasil atua em sistema de pastagem quer dizer que os animais são manejados em um espaço amplo, a céu aberto, e se alimentam basicamente de pasto.

Esse tipo de manejo, apesar de econômico, tem algumas limitações, relacionadas especialmente ao clima e suas consequências: a escassez de chuva interfere de maneira negativa tanto na qualidade quanto na quantidade de pasto disponível — e a alimentação dos animais, obviamente, impacta na carne.

O sistema de confinamento, como o próprio nome sugere, é baseado em criar os animais em um espaço fechado, onde eles se alimentam à vontade por meio de cochos. Dessa forma, garante-se que eles estão comendo o suficiente.

Vantagens do sistema de confinamento de gado

Com os animais em um ambiente fechado, é possível ter um controle muito maior de suas condições. Com isso, é oferecida uma alimentação balanceada para que ele ganhe a quantidade de peso adequada.

Além disso, o processo de criação é acelerado, já que o tempo de engorda é menor — o que se traduz em mais eficiência na produtividade. Como o confinamento reduz a movimentação dos bovinos e a exposição deles, o risco de se machucarem ou contraírem alguma doença também pode ser menor.

Por fim, gasta-se um espaço muito menor do que com as extensões de pastagens, uma área que pode ser muito bem aproveitada para outro tipo de produção agrícola.

Desvantagens do sistema de confinamento de gado

Embora as vantagens sejam bastante expressivas, existem também algumas desvantagens. A primeira delas está relacionada ao custo, já que se demanda a criação de uma estrutura adequada para receber os animais da melhor maneira. Além disso, o custo com alimentação e com os gastos fixos de manutenção da estrutura são maiores.

Vale ressaltar, ainda, que a vantagem de poder controlar o desenvolvimento dos animais mais de perto implica em uma dedicação de tempo para isso, o que não acontece na rotina da criação de gado em pastagem.

Conheça as melhores práticas para o confinamento de gado

Entenda quais são os cuidados necessários para garantir o bom desenvolvimento dos animais e, consequentemente, a produtividade desejada para o seu negócio:

Atenção à infraestrutura

O primeiro passo que exige extrema atenção para quem quer começar a criar gado em sistema de confinamento é o investimento na infraestrutura. Para isso, também é preciso se planejar, inicialmente, em relação à quantidade de cabeças, já que o tamanho da estrutura depende diretamente disso. O ideal é que sejam disponibilizados 15 m² por animal.

É importante se atentar, ainda, ao tamanho dos cochos (média de 50 cm por cabeça) e bebedouros (capacidade de 10 litros de água por animal), além da qualidade do cercado, para que eles não corram o risco de fugir e nem de se machucar.

O piso deve ser levado em consideração: prefira o concreto, já que a terra pode se transformar em acúmulo de lama nas épocas de chuva, o que prejudica o bem-estar do animal. A cobertura também é essencial para que o gado esteja bem abrigado do sol, da chuva e das variações climáticas.

Não se esqueça que deve haver também uma estrutura para o manejo das fezes dos animais para que o ambiente se mantenha limpo, evitando a proliferação de doenças.

Adaptação dos animais

Os animais precisam se adaptar aos poucos ao novo espaço e às mudanças na alimentação, e esse processo precisa ser respeitado para não gerar excesso de estresse — o que também pode prejudicar a saúde deles.

Alimentação

Ainda falando da alimentação, não se esqueça: se os animais que ficam soltos em regime de pastagem procuram sozinhos pelas áreas de pasto para se alimentar, no regime de confinamento a nutrição deles depende diretamente dos cuidadores. Portanto, estabeleça uma rotina rígida de reposição de comida!

Manutenção

É preciso cuidar ativamente da infraestrutura para que ela permaneça sempre funcional e limpa. Com o tempo, é comum que haja desgastes nas cercas (que devem ser corrigidos o mais rápido possível) e acúmulo de sujeira, portanto, não abra mão da manutenção constante.

Atenção à saúde dos Animais

Não é porque os animais estão confinados que eles não estão suscetíveis a nenhuma doença. Embora o risco de algumas contaminações pode ser menor, é muito importante ficar de olho na aparência e no comportamento deles para notar qualquer sintoma das principais enfermidades, em especial a pneumonia bovina.

Caso algo seja percebido, não hesite em consultar o médico-veterinário.

É preciso, também, ficar de olho no relacionamento entre os animais: o confinamento muito próximo pode suscitar brigas sérias, que resultam em lesões corporais. Se houver algo do tipo, o ideal é afastar alguns animais e até mesmo, em casos mais extremos, retirá-los do lote.

Se você quer obter o máximo de produtividade possível das suas criações pecuárias, lembre-se de que acompanhar o estado de saúde e o processo de engorda do animal é fundamental. Leia o nosso artigo sobre como escolher uma balança de pesar gado, que pode te ajudar bastante a encontrar o equipamento correto para realizar as medições necessárias.

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