Rotas da soja: balanças utilizadas no transporte do grão mais importante para o mercado brasileiro

Publicado em 22 de Novembro de 2023

O Brasil é o maior produtor de soja do mundo. Para se ter uma noção, na safra de 2022/2023, 42% da soja produzida mundialmente tem origem brasileira. Ao todo, são 156 milhões de toneladas do grão.

Além disso, nosso país é o maior exportador mundial da oleaginosa, com uma estimativa de 98,5 milhões de toneladas exportadas em 2023.

Nesse sentido, as balanças desempenham um papel fundamental no transporte de soja, pois proporcionam segurança e confiabilidade ao processo, além de agilizarem o fluxo da operação.

Pensando nisso, entrevistamos Danilo Souza, engenheiro de soluções da Toledo do Brasil, que explicou como funciona a jornada da soja e quais equipamentos são utilizados nesse processo. Continue lendo nosso artigo e entenda tudo sobre o assunto.

Transporte de soja: conheça os principais aspectos dessa jornada

1# Unidade de Armazenamento

De acordo com Danilo, após ser plantada e colhida, a soja sai da fazenda e vai para uma unidade de armazenamento, onde é pesada em uma balança rodoviária na entrada do recinto.

2# Pré-limpeza, Limpeza e Retirada de Umidade

“Depois de passar pela balança rodoviária, o cliente armazena a soja e realiza posteriormente a pré-limpeza do produto. Após passar pela limpeza inicial que é mais grosseira, em que são retiradas pedras, terra e outras impurezas maiores, o grão passa por um processo de limpeza secundário para retirada de impurezas menores, como pedaços de palha e cascas. Após o processo geral de limpeza, o grão passa pelo processo de retirada de umidade para padronização de aproximadamente 12% de teor de umidade em sua estrutura, sendo pesados novamente na sequência do processo por meio de um Tolflux antes de seguirem para o armazenamento de produto conforme”.

3# Expedição

Em seguida, de acordo com ele, é realizada a expedição do produto. “Nesse momento, a soja é carregada nos caminhões por uma balança de fluxo modelo granel, em que é programada a quantidade exata do produto que foi vendido para o cliente final. Antes de sair da unidade, passa de novo por uma balança rodoviária para emitir a nota fiscal”.
Segundo Danilo, essa etapa é importante devido a questões fiscais, já que os órgãos competentes monitoram as transações comerciais.

“A balança rodoviária é um equipamento que conta com portaria de aprovação de modelo do INMETRO e pode emitir nota fiscal em uma transação comercial, indicando a movimentação monetária entre as partes, assim como as tributações devidas na transação”.

Conforme explica, o produto pode ter três destinos: uma unidade de esmagamento, onde é transformado em óleo, farelo e casca; um terminal intermodal, que carrega vagões de trem; ou, ainda, o porto, onde é realizado o carregamento de navios com a exportação do produto para o mercado internacional.

4# Unidade de esmagamento, terminal intermodal ou porto

“Eventualmente a unidade de armazenamento pode ser a uma parte da unidade de esmagamento, mas caso não seja, o produto enviado para unidade de esmagamento, passará por uma balança rodoviária, que possibilita conferir e dar entrada na nota fiscal do produto. Em seguida, o produto é armazenado e, se for necessário fazer uma limpeza, passa por um Tolflux novamente após o processo de limpeza e retirada de umidade. Depois, a soja é transportada para linha para ser esmagada e transformada em óleo. Após esse processo, o óleo pode ser envasado em pequenos recipiente, tambores, containers ou então é possível carregar um caminhão tanque”.

Danilo ressalta que o que não vira óleo, vira massa sólida. “A massa sólida gera dois subprodutos que é a casca da soja, que pode ser utilizada em ração, e o farelo, que também tem essa finalidade, pois apresenta um teor satisfatório de proteína para o animal. Para pesar a casca e o farelo, é utilizado, novamente o Tolflux, o que garante a correta medição de estoque e o que poderá ser comercializado pela empresa”.

Após pesar a casca e o farelo, é realizado o armazenamento, afirma Danilo. “E aí, expede para o mercado interno. Nessa etapa, geralmente, a pesagem do farelo e da casca é feita com a balança granel. Depois, o produto passa por uma balança rodoviária, que emite nota fiscal e segue para o seu destino”, detalha.

A segunda possibilidade de transporte de soja, destacada por Danilo, é por meio do terminal intermodal. Desse modo, o produto é recebido via caminhão e armazenado, com características de qualidade já realizadas nos processos anteriores.
“Na hora que o terminal recebe a composição de trem, que geralmente vai ter 80 ou 120 vagões, ele terá uma linha de carregamento com balanças de fluxo a granel, podendo ter entre 6 e 12 equipamentos em linha para melhor distribuição do produto. Esses graneis carregam o vagão com máxima eficiência em termos e tempo e precisão”, acrescenta.

Ele detalha que, quando sai do terminal, por segurança, para saber o quanto a linha está recebendo de carga, há uma balança chamada Trainweigh, que serve para fazer a medição da roda, do eixo e do conjunto do truck, para garantir que o vagão não passe dos limites de segurança da via.

“Depois disso, o porto pode receber o produto via caminhão através das balanças rodoviárias ou via vagão. Se o porto recebe o vagão, a Trainweigh é utilizada para dar entrada no produto que está sendo recebido via vagão, contabilizando todo o volume da composição de vagões antes da descarga nas moegas ferroviárias”, explica.
Há uma variante do processo que é o carregamento de barcaças nos terminais que são servidos por rios, e ele será muito semelhante ao processo de terminais portuários, apenas incluindo uma etapa que é o carregamento de barcaças na origem e retirada deste produto no porto de destino.

Por fim, após ter sido armazenado temporariamente no terminal portuário, o produto é carregado via transportadores de correia, elevadores de canecas e “shiploaders” até o navio, “Nesse estágio, o produto é retirado dos silos e armazens e transportado até os porões do navio, passando por um Tolflux de alta capacidade, que varia entre 750t/h até 3000t/h, que vai contabilizar toda a carga carregada”.

Danilo destaca que ao longo de todo o processo, é necessário aferir se a qualidade do produto está boa, ou seja, se não há excesso de umidade ou impurezas na soja.

“E aí é usada a balança de laboratório para poder fazer a medição de umidade, e paralelamente o cliente avalia o de nível de impureza. Temos estes equipamentos de laboratório no meio do processo, e ela geralmente pode estar nesses pontos de recebimento do produto”, observa.

Ele acrescenta que a soja tem um limite de umidade para ser comercializada, entre 13% e 14%. “Se ela tiver com uma umidade maior, significa que em vez de estar comprando soja conforme, a empresa está comprando produto com volume de água acima do permitido, além de qualidade inferior ao estabelecido. Então, é necessário fazer essa medição, e se tiver um desconto por estar mais úmido do que deveria, é pago o equivalente ao produto”.

Balanças utilizadas no transporte de soja

Agora que você já viu os principais pontos da rota do transporte de soja, vamos apresentar as principais soluções da Toledo do Brasil utilizadas nesse processo. Confira:

Pesagem de caminhões

Para a pesagem de caminhões, são utilizados diversos recursos disponibilizados pela Toledo do Brasil. Um deles é a balança 950i, que proporciona extrema confiabilidade com seu sistema eletrônico inteligente, oferecendo maior precisão e informação em tempo real por meio de tíquete de pesagem e alerta de ocorrências via e-mail.
Seu Terminal de Pesagem TC420, contém display gráfico colorido, por isso facilita a operação do software de gerenciamento e controle de automação para uma maior segurança, permitindo também maior precisão devido à balança dual range com divisão de 10 kg para pesagens de até 80 t e divisão de 20 kg para pesagens acima de 80 toneladas.
Além disso, seus cabos blindados contra interferências eletromagnéticas, umidades e ação de roedores, preservam a integridade do sinal, e já vem com projeto de aterramento inclusos.

950i_closebalanca

Tolflux

O Tolflux é uma balança que permite a pesagem contínua da soja para o carregamento e descarregamento dos grãos em navios, caminhões e vagões.
Por meio de pesagens parciais realizadas consecutivamente, esse equipamento calcula e indica fluxo (t/h), subtotais e total do material transferido ao longo do procedimento.
Ele é útil tanto para a pesagem de sólidos quanto de líquido e elimina a necessidade de utilizar filtros externos para a captação de poeira, o que gera economia para o cliente.

tolflux

Granel

A balança eletrônica para pesagem a granel possibilita transferir materiais sólidos do silo de armazenamento para a caçamba do caminhão.
Sua principal vantagem é o aumento da eficácia operacional, já que o caminhão sairá do ponto de embarque já carregado com o peso exato, evitando retrabalho ao longo do processo de carregamento e expedição.
Seu controle de dosagem é executado mediante uma comporta de alimentação, que funciona em duplo estágio, acionada por cilindros pneumáticos integrados na própria comporta.
Abaixo dela, as pesagens são efetuadas na caçamba, suportada por células de carga a compressão. Assim, é possível reduzir o tempo de alimentação e aumentar a precisão do corte de alimentação.
Depois de digitar, no painel de controle 9700, o peso que deve conter na caçamba, a balança a granel permite realizar os ciclos de pesagem de modo automático para atingir o peso configurado.

granel

Tolfluid

O Tolfluid é um sistema de enchimento de recipientes da Toledo do Brasil, que permite alcançar a precisão da pesagem, já que seu recurso de autocorreção possibilita dosagens de alta precisão e compensa variações das características dos materiais pesados, muitas vezes, geradas por mudanças de temperatura.

Além disso, o Tolfluid apresenta capacidade de calibração com diversas faixas de pesagem para maximizar a precisão do equipamento, podendo carregar desde latas, bombonas, tambores e IBCs até caminhões e containers.

Entre suas vantagens, ele também possibilita a programação de até 150 produtos e de 20 recipientes diferentes e emite relatório compacto da programação geral do sistema e relatório compacto com a descrição de cada pesagem.

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Série A e PS (balanças analíticas e de precisão)

Essas balanças foram desenvolvidas para os mais diversos usos em que a precisão é fundamental.
Suas inúmeras funcionalidades tornam esses equipamentos ideais para universidades, institutos de pesquisas, farmácias de manipulação, laboratórios de análises clínicas, laboratórios de indústrias e também para acompanhar o processo de transporte de soja.
Acessados a partir de senhas individuais, seus quatro bancos de dados possibilitam rastrear as pesagens, com dados como: data, hora, nome do operador, nome do produto e muito mais.
As balanças analíticas e de precisão da Toledo do Brasil apresentam capacidades que vão de 82g até 6000g e resolução de 0,01g até 0,00001g (5 casas decimais) e memória interna que salva as informações das últimas 100 mil pesagens.
Esses dados podem ser exportados por meio de um aplicativo disponível no site da empresa, que pode ser baixado gratuitamente. Confira suas principais vantagens:
• Medições precisas e repetitivas;
• Fácil leitura dos dados;
• Gerenciamento e proteção dos bancos de dados;
• Acesso direto às funções;
• Exatidão mesmo em condições extremas;
• Várias funcionalidades em um só equipamento; e
• USB Free Link, que possibilita transferir as informações da balança para o computador.

Série MAR — Analisadores de umidade

Os analisadores de umidade da Toledo do Brasil possibilitam estabelecer a umidade de amostras dos mais diversos produtos, sendo úteis para várias aplicações na indústria e também no transporte de soja.

Essas soluções proporcionam rapidez e precisão na análise do teor de umidade de amostras. Além disso, possuem menu em português e uma tela LCD, que oferece uma linha de texto extra para dados adicionais.

Outra vantagem dos analisadores de umidade é que eles possuem um algoritmo interno, que controlam os elementos aquecedores, mantendo a temperatura estável durante todo o procedimento e garantindo uma secagem uniforme.
E mais: esses equipamentos proporcionam ao cliente o controle total da análise, pois se ajustam a um grande leque de amostras, permitindo a visualização do processo de secagem.

Conclusão

Neste artigo, você viu que:

• O Brasil é o maior produtor de soja do mundo e o maior exportador mundial da oleaginosa;
• As balanças desempenham um papel fundamental no transporte de soja, pois proporcionam segurança e confiabilidade ao processo, além de agilizarem o fluxo da operação;
• Após ser plantada e colhida, a soja sai da fazenda e vai para uma unidade de armazenamento, onde é pesada na balança rodoviária;
• Depois de passar pela balança rodoviária, o cliente armazena a soja até chegar na etapa de pós colheita;
• A emissão de nota fiscal é importante devido a questões tributárias, já que os órgãos competentes monitoram as transações comerciais;
• A balança rodoviária é um equipamento semiautomático, que tem portaria de aprovação e pode emitir uma nota fiscal de uma transação comercial;
• A soja pode ter três destinos: uma unidade de esmagamento, onde é transformada em óleo, farelo e casca; um terminal intermodal, que carrega vagões de trem; ou, ainda, o porto, onde é possível fazer o carregamento de um navio;
• A Toledo do Brasil possuem algumas soluções utilizadas durante o transporte de soja;
• Entre elas, podemos destacar: a balança 950i, o Tolflux, a balança a granel, o Tolfluid, as balanças analíticas e de precisão e os analisadores de umidade.

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